Bebês de até 2 anos não devem assistir TV, dizem pediatras

Relatório dos EUA afirma que TV dificulta compreensão das relações sociais e desenvolvimento da linguagem / Motivo do alerta é o aumento da exposição das crianças a mídias portáteis como tablets e smartphones


Por Sabine Righetti - Folha de São Paulo
19/10/2011


A Associação Americana de Pediatria divulgou ontem (18/10/2011) um relatório em que sugere que crianças de até dois anos fiquem longe da televisão.
De acordo com a associação, a TV distrai as crianças e substitui brincadeiras importantes para a compreensão das relações sociais, que acontece nessa fase.
O desenvolvimento da coordenação motora e da fala também estaria prejudicado pelo uso intensivo de TV, além dos DVDs portáteis no carro, smartphones e tablets.
Isso porque quanto menos um adulto conversa com a criança, pior é o desenvolvimento da sua fala.
"Quando a TV está ligada, os pais conversam menos", diz Ari Brown, da Associação Americana de Pediatria.
Os prejuízos causados pela telinha aos menores de dois anos acontecem mesmo com os programas educativos. De acordo com a entidade norte-americana, esses programas não são compreendidos pelos pequenos.
"Alguns executivos da mídia afirmam que programas educativos devem ser assistido com os pais para facilitar a interação social. Mas não está claro se isso acontece", escrevem os pesquisadores.
O estudo foi publicado ontem na versão on-line da revista científica "Pediatrics".
De acordo com a associação, 90% das crianças de até dois anos nos EUA assistem TV com frequência. Em menos da metade das vezes, essa atividade é feita na companhia dos pais.
A hipótese dos cientistas é que mesmo quando os pais estão junto na sala de TV, o aparelho atrapalha as relações sociais em família - principalmente se o programa assistido for para adultos.
O Brasil não tem recomendações explícitas como as americanas. Mas de acordo com o neurologista Saul Cypel, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), por aqui também se prega que crianças pequenas devem ficar longe da TV.
"O ideal é que o bebê estabeleça relações. Mas crianças pequenas não interagem com mídias", explica Cypel.
"Às vezes os pais estão cansados e buscam desenhos para distraí-las. Mas, nessa idade, as crianças querem brincar com coisas simples como tubinhos e caixinhas."

MAIS MÍDIAS
Em 1999, a Associação Americana de Pediatria já havia sugerido que crianças com menos de dois anos ficassem longe das TVs. Mas desde então a quantidade de mídias aumentou muito.
A ideia agora é reforçar que a exposição de crianças pequenas a esse tipo de entretenimento tem efeitos mais negativos do que positivos e dar conselhos aos pais.



Fonte: Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1910201102.htm)
Obs: Não republique essa matéria se não for para fins acadêmicos. A Folha de São Paulo não permite a publicação na íntegra de seus textos.

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