Você cuida das suas pegadas digitais?


Compartilhamos acima a ilustração de Silvano Mello para que você possa levar para a sala de aula e fazer um debate bem legal com seus alunos sobre o tema "Pegadas Digitais". Abaixo, para complementar, há um texto publicado em abril de 2012 na Revista Dinheiro Vivo, sobre a importância de prestar atenção ao que é postado na rede, porque tudo é analisado na hora de uma empresa selecionar um candidato. 

O seu futuro chefe sabe tudo o que você faz online


CV


Os empregadores já não se limitam a vasculhar a vida dos candidatos online, agora têm sistemas automáticos melhorados que o fazem por eles: são mais precisos, têm mais capacidade e, acima de tudo, são mais frios. Se nunca se preocupou com a “pegada digital”, é melhor começar a ter cuidado.

Seja bem-vindo à procura permanente de emprego. A partir de agora, todos vamos estar "à procura" de um emprego mesmo quando, na realidade, não estamos à procura de emprego. Os empregadores estão a pesquisar cada um de nós no mundo digital 24 hora, sete dias por semana, 365 dias por ano. Os nossos currículos estão disponíveis perpetuamente online, em várias formas, sendo que controlamos algumas e outras não. Aqueles que fizerem os esforços necessários para maximizar as suas reputações digitais serão recompensados: serão as oportunidades a encontrá-los. Os que não o fizerem ficarão de fora da jogada.
Veja como funciona:
1. A nossa informação está reunida online. Toda a nossa informação - desde perfis nas redes sociais e CV digitais, passando por transações com cartão de crédito e utilização de aplicações ao resto da nossa "pegada" digital - está a ser reunida por terceiros. Isto inclui informação que escolhemos publicar ("Sou um pequeno empresário na Flórida."), informação que outros publicam sobre nós ("A Sara é ótima a trabalhar em equipa."), e informação que é agregada e partilhada nos bastidores sem o nosso conhecimento ("O João passa 400 minutos em sites de desporto e gasta 230 euros em alimentos gourmet por mês.").
2. Os dados são analisados. Máquinas compilam perfis demográficos e psicográficos de cada um de nós, com base em todos os dados disponíveis por aí. Somos todos "marcados" de diferentes maneiras. Uma das “marcações” mais familiares serve para fins de marketing: corretores de dados dizem aos anunciantes quem devem visar para anúncios sobre equipamento para caminhadas, por exemplo. Mas cada vez mais os mesmos grupos de dados sobre nós estão a ser marcados para outras razões, muito mais importantes, incluindo empregabilidade.
3. Os empregadores usam a análise de dados para nos avaliar. Os recrutadores e responsáveis por contratações já confiam fortemente na internet para pesquisar candidatos a emprego. Vários estudos mostram de forma convincente que mais de 75% dos empregadores pesquisam ativamente os candidatos online. E mostram ainda que mais de 70% decidiram não contratar um candidato com base naquilo que encontraram. Os recrutadores têm demonstrado que não pesquisam pessoas só nos motores de busca, mas que vão muito mais fundo, aos perfis das redes sociais, perfis de compras, sites de jogos online, classificados e sites de leilões (pense, por exemplo, no eBay e craigslist) - e até em mundos virtuais como o SecondLife! Este tipo de comportamento dos empregadores é muito semelhante em todo o mundo.
4. Mas espere - há mais... Agora estes mesmos empregadores, que se tornaram adeptos de pesquisar e avaliar candidatos manualmente através das suas pegadas digitais, estão a arranjar ferramentas de processamento de dados que tornarão todo o processo de seleção mais rápido. O emprego veio associar-se a outros campos como o ensino superior (fortemente dependente de resultados de testes uniformizados para as admissões), onde pontuações fornecidas por máquinas determinarão o tudo ou nada no nosso destino.
Podemos ilustrar o impacto. Usando a tecnologia atual, um empregador pode pesquisar mil currículos recebidos através de palavras-chave como nome de universidade, nome do empregador anterior e especialização. O computador pode apresentar até três pessoas que encaixam nos critérios do empregador. Este vê os resultados, entrevista os selecionados e contrata um. Mais de 99% dos candidatos nem sequer teve uma vista de olhos. Não foi necessária ou utilizada avaliação humana - para encontrar argúcia, percursos interessantes de carreira, etc. - para chegar ao topo da pilha de cv.
Vamos imaginar como é que isto se parece com a tecnologia do futuro. O computador conhece os perfis digitais dos melhores funcionários da empresa do empregador. Conhece as suas origens; a reputação na internet de profissionalismo, muito trabalho e sucesso; os seus padrões anteriores de experiência profissional e cargos; os seus estilos de colaboração; o que a internet acha que são os seus interesses pessoas e hábitos; como é que são os seus amigos; como é que a vida da sua família é, etc. O empregador diz à máquina que gostaria de contratar um novo e formidável funcionário para o departamento de atendimento ao cliente. A máquina pesquisa então o milhão de pessoas que vive perto da empresa, apresenta três nomes com base nas suas reputações digitais e na semelhança que têm com os melhores funcionários da empresa, e chega até eles. A empresa e os candidatos ficam mutuamente encantados com o resultado.
Isto são boas notícias para os três candidatos com excelente reputação digital. São más notícias para todos os outros 997,999.
O futuro do emprego e da reputação digital vai provavelmente ter uma só direção. As decisões de emprego já estão a ser tomadas pelas pessoas com base nas nossas reputações online. Mas cada vez mais essas decisões serão tomadas só ou quase só por máquinas.
E o que fazer em relação a isto? A boa notícia é que foi a Internet que proporcionou isto, e a Internet pode proporcionar ainda mais.
Fonte: Dinheiro Vivo 17/04/2012 (Michael Fertik é um empreendedor da Internet e CEO com experiência em tecnologia e leis. Fundou a Reputation.com em 2006) - http://www.dinheirovivo.pt/Emprego/Artigo/CIECO042015.html?page=1

Obs: Busque mais textos sobre o tema e divida-os entre os alunos! Isso enriquecerá o debate!

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