Mídias na Educação - Relatos de pesquisa e formação

Compartilhamos abaixo, a partir do Blog Mídias na Educação, da ECA/USP, os resumos de algumas monografias de conclusão do curso Mídias na Educação. As próprias concludentes escrevem sobre seus trabalhos! Boa leitura!


Twitter e Educomunicação


Patrícia Lopes* 

Ingressei no Mídias em 2006 e em 2011 comecei a escrever a 

monografia. O tema escolhido por mim tinha relação com a 
prática pedagógica e a educomunicação.

O mais difícil foi refletir sobre a própria prática, analisar o 

projeto como pesquisadora e fundamentá-lo para realizar o
estudo de caso com linguajar acadêmico.

Escolhido o problema: “Verificar se o uso da Rede Social 

Twitter auxiliou o trabalho pedagógico” (num projeto 
didático realizado), houve um processo de investigação 
visando analisar a questão da socialização e os avanços 
no processo de ensino-aprendizagem.

Ao longo da orientação percebi que ampliei minha visão 

quanto à reflexão da prática, antes, durante e após o 
processo, mantendo uma construção acadêmica constante 
através de muita leitura. A comunicação contínua com 
minha orientadora foi essencial para nortear e 
desenvolver a monografia.

Mídias contribuiu muito para o meu crescimento 

profissional e pessoal, minha prática está mais 
condizente com as questões metodológicas, pois 
consigo associar e aplicar formas de trabalho 
embasando-me nas teorias estudadas, fazendo 
adequações sobre como determinada prática 
condiz com a situação desenvolvida de maneira 
reflexiva.

Hoje posso afirmar que tenho outra postura, porque 

consigo perceber claramente que a realização do 
meu trabalho monográfico continua me proporcionando 
estímulo para continuar buscando novos estudos e 
avançar nos métodos de pesquisa.


* A professsora Patrícia Lopes, em sua monografia 
(“Educomunicação em 140 caracteres: análise do 
uso da rede social Twitter por alunos e professores 
da SME/SP”), orientada pela professora mestre 
Maria Salete Prado Soares, buscou avaliar um 
trabalho pedagógico, derivado de sua prática, 
com o uso de rede social, no desenvolvimento 
de sua investigação. Este tipo de pesquisa 
exemplifica como um projeto didático pode 
ser submetido a um escrutínio reflexivo que 
sustente um estudo monográfico.

Um novo olhar na prática pedagógica


Claudia Patricia Costa Facco*

Há aproximadamente cinco anos fui convidada a 

participar do curso de Mídias na Educação pela 
direção da escola onde trabalhava (Vista Alegre do 
Alto - SP). Até então não tinha ideia sobre o assunto 
a ser desenvolvido nesse processo de aprendizagem, 
pois não conhecia a área de Educomunicação. 
O desconhecido provocou-me e diante da curiosidade 
resolvi inscrever-me. O fato de o curso ser oferecido 
on-line pelo Núcleo de Comunicação e Educação da 
Universidade de São Paulo motivou-me ainda mais, 
pois sabia que acrescentaria muito à minha docência.

Durante o processo de estudo dos módulos, todos 

muito interessantes, verifiquei o quanto os alunos 
de Jaboticabal necessitavam de uma educação 
transformadora, a qual o sujeito é o protagonista 
no caminho que leva ao conhecimento.

A dúvida sobre qual linha de pesquisa atuar tornou-se 

algo inevitável diante dos intrigantes temas propostos. 
Contudo decidi investigar sobre a Prática pedagógica 
e Educomunicação devido a presente carência 
existente no município de Jaboticabal relacionada 
à exploração das mídias no ambiente escolar por 
parte dos educandos e educadores.

Assim, o trabalho “TICs: Um Novo Olhar na Prática 

Pedagógica” apresentou uma visão da relação dos 
professores do Ensino Fundamental I com as TICs 
se desenvolvem na escola pública municipal de 
Jaboticabal-SP a partir da proposta dos PCNs de 
utilizar as diferentes linguagens tecnológicas como 
forma de comunicar, expressar ideias e interagir 
com as diversas fontes de recursos tecnológicos.

A pesquisa privilegiou a análise quantitativa de 

dados em que se empregou a técnicaSurvey e 
Grupo Focal. Os resultados apontaram que 
existem desafios a serem superados, tais como 
integração das mídias no espaço escolar e 
capacitação dos educadores para atuarem 
como mediadores.

A partir da pesquisa realizada, pretendo dar 

um passo a mais na área de Educomunicação 
em busca do curso de mestrado, para que a 
mesma possa colaborar com o processo de 
informação e comunicação na educação. Além 
disso, conscientizar os dirigentes do município 
sobre a importância da inserção das TICs na 
realidade local, para que os educandos possam 
ter um ensino de qualidade.

O trabalho realizado foi árduo, porém muito 

enriquecedor, a única dificuldade a ser superada 
diz respeito às normas estabelecidas para 
formatação. Tive dificuldades em encontrar 
um profissional hábil para realizar a revisão, 
anterior à entrega do trabalho, até que fiquei 
sabendo que o trabalho poderia ser revisado 
por um bibliotecário da USP.

O curso Mídias na Educação tanto quanto o 

trabalho monográfico contribuíram muito 
para minha prática pedagógica com relação 
à forma de encarar as dificuldades existentes 
na aprendizagem e abriu caminhos para que 
eu pudesse visualizar as maneiras possíveis 
de colaborar para transformar a realidade 
através da utilização dos recursos presentes 
no ambiente escolar que levam à construção 
do conhecimento. Foi realmente gratificante 
poder integrar esse curso que colaborou 
significativamente para o desenvolvimento 
dos meus conhecimentos nessa área da educação.

Aconselho a quem realiza a monografia que 

leia muito sobre o assunto a ser pesquisado, 
dedique boa parte do tempo ao estudo; 
esteja sempre pronto para realizar as correções; 
procure respostas para as dúvidas, nunca desista.

Agradeço a paciência e a boa vontade dos 

profissionais envolvidos nesse processo educomunicativo.
_______________________________________________
* A professora Claudia Facco realizou a monografia 
“TICs: Um Novo Olhar na Prática Pedagógica” 
(orientada pela Profa. Me. Maria Salete Prado 
Soares), defendida em 16 de junho deste ano, 
e no texto acima reflete sobre o processo.

Propaganda e Língua Portuguesa


Débora Alves da Cunha Mendes*

As propagandas estão presentes na realidade 

social e escolar dos estudantes, porém, muitas 
vezes, eles desconhecem a intencionalidade 
da linguagem publicitária, tornando-se mais 
suscetíveis à sua influência. Assim, o objetivo 
do trabalho foi aprofundar o estudo sobre a 
relação entre mídia e educação, a partir da 
reflexão sobre o uso da propaganda impressa 
em sala de aula.

A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica. 

A partir dos conceitos propostos por autores que 
tratam de gêneros discursivos, leitura, mídia 
impressa e propaganda, foi realizado um estudo 
reflexivo, a fim de propor um método de leitura 
e produção de propagandas adequado, do ponto 
de vista teórico e metodológico, para aplicação 
em sala de aula.

Dessa forma, podemos considerar que a principal 

contribuição desse estudo foi a apresentação de 
uma proposta de trabalho pedagógica mais 
refinada do ponto de vista teórico e metodológico, 
que buscou contemplar a tríade 
leitura-produção-divulgação, 
criando condições para que os alunos convivam 
de forma positiva com a propaganda, sem se 
deixarem ser manipulados.

A pesquisa poderá ser ampliada por outros pesquisadores, 

já que, em razão do pouco tempo disponível, não 
foi possível aplicar a nova proposta em sala de aula. 
Assim, um caminho apontado para a continuidade da 
pesquisa seria averiguar, por meio de uma pesquisa-ação, 
a eficácia do escopo do trabalho no desenvolvimento 
de habilidades e competências dos discentes.

Principais dificuldades 
Acredito que o exercício de escrever um trabalho 

científico é árduo, tendo em vista que muitas vezes 
já temos ideias “pré-concebidas”, que queremos a 
todo momento confirmá-las.

Minha principal dificuldade foi encontrar respostas 

para os questionamentos feitos pela orientadora 
nos momentos de dúvidas. Ela nunca me deu respostas 
prontas; quando acreditava que eu não estava no 
caminho certo, ela me questionava. O questionamento 
da orientadora, visando essa desconstrução, muitas 
vezes parecia um enigma.

Para superar essas dificuldades e chegar às respostas, 

precisei de tempo, reflexão, leitura e amadurecimento. 
Todavia, ao final, senti a sensação de que valeu a 
pena “quebrar a cabeça”.

Mídias na Educação, trabalho monográfico 

e prática pedagógica
Escolhi um tema da minha área de atuação: 

análise e produção de propagandas no ensino 
da Língua Portuguesa. Assim, esse trabalho 
científico tornou-se um instrumental para 
as minhas aulas, ampliando a minha visão 
sobre a articulação entre Educação e Comunicação.

Meu conselho para quem está fazendo o curso e 

escrevendo a monografia: seja persistente!
_________________________________________
A professora Débora defendeu recentemente sua 
monografia (“Mídia impressa: análise e produção 
de propagandas no ensino de Língua Portuguesa”) 
no Mídias na Educação, orientada pela Profª Mª 
Silene de A. G. Lourenço, e em seu relato reforça
a necessidade do professor pesquisador buscar
respostas aos questionamentos colocados pela 
prática da investigação, discutindo com o orientandor, 
e preocupando-se com a adoção de uma atitude 
efetivamente reflexiva, que coloque em xeque 
suas “certezas”.

Informática no apoio à leitura e escrita


Neide de Fátima Carlota Paulino*

A intenção em trabalhar a informática no auxílio 

da leitura e escrita dos alunos das séries iniciais 
surgiu diante das dificuldades em manter o 
interesse dos alunos desestimulados pela aprendizagem. 
Aproveitando os recursos que a escola oferece 
na sala de informática, juntamente com a monitora, 
busquei alternativas metodológicas que 
favorecessem a alfabetização com o apoio do 
computador, mostrando aos pais e colegas professores 
que o uso do computador de maneira adequada 
oportuniza o desenvolvimento, desperta o 
interesse das crianças, para a construção do 
conhecimento.

Primeiramente observei, através de avaliação 

diagnóstica, quais eram as maiores dificuldades 
dos alunos, em um segundo momento, organizei 
o plano de ensino e selecionei conteúdos de 
acordo com as dificuldades da classe.

Pesquisei muito sobre o referencial teórico e 

realizei a pesquisa de campo com perguntas 
simples para os alunos.

Sempre acreditei na capacidade do aluno em 

aprender, e que perante o computador os alunos 
aprendem com mais facilidade, são curiosos, 
investigam, criam e constroem seu próprio 
conhecimento. Desse modo, o computador 
possibilita uma aprendizagem lúdica de forma 
significativa.

No decorrer do desenvolvimento do trabalho, 

desde o projeto de pesquisa até a monografia, 
houve momentos de dificuldades e incertezas, 
pensei em desistir por falta de conhecimento 
das normas, pelo motivo de tempo e da distância 
da minha cidade (Monte Aprazível) até São Paulo. 
Porém, tive incentivo por parte da orientação, 
passei pela qualificação e cheguei até a defesa.

Restam alguns anos até me aposentar e pretendo 

continuar esse trabalho de alfabetização diante 
do computador, isto já está acontecendo neste 
ano em todas as séries (1º a 5º ano) da escola 
Raul Vieira Luz.

Eu e minhas colegas não tínhamos habilidades 

perante o computador, então procuramos nos 
inteirar pelo menos das noções básicas necessárias 
no dia a dia, utilizamos da informática para 
preparar todas nossas aulas. Os alunos esperam 
com expectativa o momento das aulas, com 
isso a escola só tem a ganhar.

Sei que ainda tenho muito a aprender, mas tudo 

o que sei sobre a informática na educação são 
conhecimentos adquiridos no decorrer deste curso 
(Mídias na Educação). A realização do trabalho 
de monografia foi muito rica em aprendizagem, 
pena que nem todas as pessoas que começam 
conseguem terminar, assim, em minha cidade, 
começamos (desde a extensão) em vinte e 
somente eu terminei a especialização. Por 
essa parte, me sinto vencedora e que todo 
esforço foi muito válido.
_______________________________________________
A professora Neide desenvolveu sua monografia 
(“Estudo da Informática como contributo no 
auxílio da leitura e escrita dos alunos das séries 
iniciais da Escola Municipal Raul Vieira Luz”), 
orientada pelo professor mestre Marcellus William 
Janes, analisando possibilidades de uso da 
informática na alfabetização em séries iniciais.

Celular e educação: um grande aprendizado


Liete Ferraz*

Minha pesquisa se baseou no uso do celular em 

sala de aula de modo contextualizado com os 
currículos e com as disciplinas. O que me fez 
olhar para este assunto foi a grande quantidade 
de reclamações que os colegas faziam sobre as 
questões disciplinares como a falta de atenção, 
uso indevido, perigo de “bullying”, uso de redes 
sociais em sala e a total falta de atenção à aula 
em si. A partir desses fatos, comecei a prestar 
atenção aos aparelhos e suas mídias (rádio, TV, 
máquina fotográfica, filmadora, gravador) e 
“descobri” que este pequeno aparelho poderia 
ser uma grande arma a favor das aulas e das 
disciplinas, desde que os professores soubessem 
usar seu potencial.

Iniciei meu trabalho descobrindo o que os colegas 

de diferentes disciplinas e idades sabiam sobre as 
mídias e a Educomunicação e como agiam em suas 
vidas pessoais e usavam todos os aparelhos e 
tecnologias (não só o celular). Tentei, com a ajuda 
das teorias e dos pesquisadores da Educomunicação, 
unir as práticas já usadas com as bases teóricas existentes, 
mostrar que é sim possível usar os celulares em sala 
de aula, fazendo do mesmo uma ferramenta a mais 
à favor da educação e da manutenção da disciplina, 
hoje tão frágil. Acho que consegui mostrar isso com 
o meu trabalho. O mais difícil é convencer as 
pessoas disso. Ai é outra etapa.

Por isso, gostaria de continuar o trabalho e tentar 

aprofundar um pouco a questão do uso do celular, 
já que é uma mídia que veio para ficar e da qual 
os jovens não se separam mais (os adultos também). 
Vou continuar estudando o assunto e, se for possível, 
tentar o mestrado. Vamos ver.

A maior dificuldade para escrever e pesquisar, 

para mim, foi a falta de tempo. Como temos de 
trabalhar e cuidar da vida pessoal fica difícil 
conciliar tudo. Demorei para concluir o trabalho. 
Tive outros entraves no caminho que me atrasaram 
ainda mais, mas o principal é a falta de tempo. 
Tentei superar, escrevendo e lendo o mais possível 
nos intervalos que tive, mas foi muito complicado. 
Ainda bem que “nada é impossível” e consegui!

Todo curso e todo trabalho deve e pode abrir 

janelas e portas e aumentar sua experiência e, 
principalmente, o conhecimento sobre qualquer 
assunto. No Mídias, aprendi a observar mais o 
trabalho e aprender a ver certas mídias com 
outros olhos. Como fiz o curso como Coordenadora 
e depois como Vice Diretor de escola, meu 
trabalho em sua essência foi de observar o trabalho 
de outros colegas e tentar influenciar na melhoria 
da qualidade do que era feito, sempre visando 
o maior aproveitamento do aluno.

Devemos sempre ter em mente que a educação 

tem sempre que buscar melhoria nas competências 
e nas habilidades de seus alunos e buscar sempre 
o aprimoramento profissional. Escrevendo um 
trabalho acadêmico, sempre nos atualizamos e 
entramos em contato com o mundo acadêmico. 
Nunca havia feito um trabalho nesse nível. 
Foi uma grande aprendizagem!

Um conselho que daria para quem realiza a 

monografia é ler muito sobre o assunto 
pesquisado (lia tudo o que podia em jornais, 
sites, revistas), sempre buscando se atualizar 
e “colecionar” a maior quantidade possível 
de informações antes de começar a escrever. 
Quando começar, se manter atualizado e 
seguir rigorosamente as normas acadêmicas 
para a feitura do trabalho (mesmo fazendo 
isso ainda foram apontados muitos erros em 
meu trabalho). Revisar sempre tudo. No 
começo é muito difícil, mas depois a coisa 
começa a fluir. É só saber o que esta escrevendo 
e ter muito conhecimento do assunto. 
A coisa acontece!
_____________________________________________
* O texto da professora Liete, acima, em que ela
 fala sobre seu trabalho de conclusão do curso 
Mídias na Educação, a monografia "Celular X 
Professor Uma Combinação Possível: análise da 
experiência de duas professoras de Ensino 
Fundamental e Médio de São Paulo - SP" 
(orientada pelo Prof. Dr. Richard Romancini), 
é o primeiro de uma série de relatos que 
pretendemos publicar, a partir da colaboração 
desses recentes especialistas.

Fonte: Mídias na Educação (http://blog.midiaseducacao.com)

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